Mas foi neste período, que Hellen pôde se descobrir uma mulher mais forte do que imaginava. “Na faculdade vivi os melhores anos da minha vida, pois gostava de tudo o que estava fazendo”, recordou.?
Em 2005, Hellen concluiu a faculdade de medicina e optou por voltar à Passo Fundo, prestar residência médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP). Por três anos a profissional teve uma experiência aprofundada na área. “Optei pela ginecologia e obstetrícia porque ela enquadra um pouco de cada área da medicina”, frisou.
Ela atua na área cirúrgica, como obstetra, e no atendimento em consultório, através do acompanhamento clínico das pacientes e no pré-natal das gestantes, onde tem a responsabilidade de cuidar de duas vidas; a da mãe e do bebê. “Precisamos fazer de tudo para que até o final do pré-natal ambas as vidas estejam muito bem. E sou grata, pois este objetivo tem dado certo desde então”, explicou.?
A empatia pelo trabalho e suas pacientesCom o retorno para Passo Fundo, a profissional teve a oportunidade de trabalhar por cinco anos no serviço público, atendendo ao Sistema Único de Saúde - SUS, através das prefeituras da região. “Me formei médica em uma faculdade que me preparou para atender no serviço público. Penso que foram cinco anos bem vividos nesta função. Porém chegou determinado momento em que escolhi pelo consultório particular, o que me oportunizou atender de uma maneira diferenciada minhas pacientes, e mais tarde também poder acompanhar melhor o crescimento da minha filha Isabel”.?
No ano de 2006, Hellen conheceu Rubens, seu marido que há 15 anos divide com ela momentos especiais.? Ela conta que após três anos de união, eles foram agraciados com o dom da maternidade e paternidade. “Engravidei no final da minha especialização. Então interrompi, pelo período da licença, os estudos para ser mãe”. A profissional explica ainda que ser mãe lhe proporcionou estar do outro lado: “Como paciente, vivendo minha gestação, pude desenvolver algo indispensável na medicina, a empatia. Como mães de primeira viagem, muitas vezes temos angústias, dúvidas, então foi muito importante entender como as mães se sentem, e poder ajudar como médica, de uma forma mais efetiva.? Isso faz toda diferença”.?
Hoje, Dra. Hellen realiza o acompanhamento de gestantes, em diferentes estágios da gravidez, além é claro, das pacientes que realizam o acompanhamento clínico de rotina. “Entendo, como profissional da área ginecológica e obstétrica, que precisamos trabalhar com limites. Meu limite é 60 pacientes gestantes, pois prezo sempre pela qualidade no atendimento individual. Todas precisam da devida atenção e cuidado”.?
Parto humanizado: a palavra que fez renascer a obstetrícia Para a Dra. Hellen, ser um instrumento que traz a vida, proporciona uma sensação de realização e gratidão. Segundo ela, esse é o momento mais prazeroso da profissão. “Trazer a vida é um dom muito bonito”.
A profissional acredita que o parto humanizado veio renascer a obstetrícia. “Quando a gestante inicia o acompanhamento comigo, ela é orientada sobre a melhor forma de uma criança vir ao mundo, através do parto natural. No entanto, quando a mãe opta por não passar por todo este ritual, a sua escolha é soberana”, colocou.?
Atualmente, aos 39 anos de idade, e mais de uma década atuando na Ginecologia e Obstetrícia, Dra. Hellen afirma ser muito feliz pessoal e profissionalmente. “O sentimento é de realização plena e gratidão. Não há nada em minha jornada que eu mudaria”.